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domingo, 28 de novembro de 2010

Sêfer Yetzirah

Aqui você vai encontrar um resumo de nosso encontro mensal que a partir do mes de dezembro/10 iniciara um trabalho sobre o Sêfer Ietsirá, seu comentário com certeza servirá para enriquecer o conteúdo de nossas aulas, porém, com certeza não substituirá por completo a sua presença em  nossa aula, seja bem vindo (a) ...





Sobre o Autor

O Rabino Aryeh Kaplan foi um mundialmente famoso erudito da Torá que produziu mais de cinquenta livros em sua breve vida, entre eles: Sêfer Ietsirá; Meditação e Cabalá; Imortalidade, Ressurreição e Idade do Universo (editados pela Sêfer); Meditation and Bible; e O Bahir (editado pela Imago).
As obras de Kaplan incluem comentários e traduções de antigas e obscuras obras de eruditas bíblicos e cabalistas, assim como livros aconselhando jovens judeus sobre os méritos do estudo e observância da Torá. Durante um período foi editor da revista Jewish Life, traduziu um enorme comentário sobre a Torá da autoria do Rabino sefaradi Iaacov Culi e produziu uma original tradução/comentário dos Cinco Livros de Moisés, que chamou de Torá Viva.
Aryeh Kaplan nasceu no Bronx, Nova Iorque, estudou na Yeshivá local e continuou sua educação em Yeshivot de Israel. Durante um tempo entrou no campo da ciência e foi, por um breve período, o mais jovem físico empregado pelo governo dos Estados Unidos antes de devotar sua vida ao estudo da Torá. O Rabino Aryeh Kaplan faleceu aos 48 anos, em 1983.

Apresentação

O Séfer Ietsirá é, sem duvida, uma obra prima universal. Trata das origens do Universo, contém os ensinamentos Divinos que permitem ao iniciado transformar pensamento em realidade, letras e números em energia e a energia em matéria. É o livro que traz a chave da realização em todos os sentidos.
Este não é um livro fácil. É o primeiro livro da Cabalá e como todo livro que trata dos mistérios do Universo, necessita de pré-requisitos para ser aprendido. Destaco Sete que destaco essenciais:- equilíbrio emocional, inteligência normal, persistência e determinação, tranqüilidade para esperar os resultados, merecimento (que pode ser adquirido pela caridade e reza), e que seja ferramenta de estudo de, no mínimo, duas pessoas, já que, devido aos poderosos efeitos das meditações, o praticante solitário pode, em dado momento, perder a noção do que é realidade e imaginação.
Como estudioso do Séfer Ietsirá, comprovei seu poder no campo material, e sei, na prática, que todo conteúdo deste livro é totalmente realizável. Por isso recomendo enfaticamente que os pré-requisitos mencionados sejam obedecidos para que os resultados manifestem de forma harmônica.
Erwin Von-Rommel Vianna Pamplona.

Introdução

O Sêfer-Ietsirá é, sem dúvida, o mais antigo e o mais misterioso de todos os textos cabalísticos. Os primeiros comentários sobre este livro foram escritos no século X, e o texto em si é citado como do século VI. Referências ao trabalho aparecem já no inicio do século I, enquanto a tradição considera que sua origem não é acessível aos historiadores. Somos totalmente dependentes da tradição com respeito a sua autoria.
Em geral a Cabalá se divide em três categorias: teórica, meditativa e mágica. A Cabalá teórica, é baseada fundamentalmente no Zohar, trata principalmente da dinâmica do domínio espiritual, especialmente os mundos das Sefirot, almas e anjos. A Cabalá meditativa trata do uso dos nomes Divinos, permutações de letras e métodos similares para alcançar estados superiores de consciência.  A terceira categoria da Cabalá – a mágica – está intimamente ligada a meditativa. Ela consiste em diversos sinais, encantamentos e nomes Divinos através dos quais se poderá influenciar ou alterar os eventos naturais. Muitas de suas técnicas são intimamente parecidas com os métodos meditativos e seu êxito pode depender de sua habilidade para induzir a estados mentais onde os poderes telecinético e espiritual podem ser canalizados efetivamente. Assim como a segunda categoria os mais importantes textos nunca foram impressos, ainda que alguns fragmentos tenham sido publicados. O livro RAZIEL é um exemplo.
Um estudo cuidadoso indica que o Séfer Ietsirá é um texto meditativo com fortes insinuações mágicas. No Séfer Ietsirá temos então o que parece ser um manual de instruções que descreve certos exercícios meditativos. Existem alguma evidência de que estes exercícios pretendiam fortalecer a concentração do iniciado, e eram particularmente efetivos no desenvolvimento de poderes telecinéticos e telepáticos.  Com estes poderes, alguém seria capaz de realizar façanhas que, de fora pareceriam mágicas. Tudo isso se apóia em referências Talmudicas que parecem comparar o uso do Sêfer-Ietsirá a um tipo de magia branca. No século XIII, um importante comentador escreve que, aos estudantes do Sêfer Ietsirá, era dado um manuscrito do livro RAZIEL, um texto mágico que contêm selos, figuras mágicas, nomes divinos e encantamentos.


O TEXTO

O Sêfer Ietsirá é um livro muito pequeno e conciso. Em sua versão curta constam somente 1.300 palavras, e a versão longa tem aproximadamente 2.500 palavras. A versão “GRA” usada na presente tradução contém perto de 1.800 palavras.
O livro parece estar divido em quatro partes básicas. O primeiro capitulo introduz as Sefirot, falando extensamente delas. Nos capítulos seguintes, entretanto não há qualquer menção acerca das sefirot. Isto deu lugar a especulação de que o Sêfer Ietsirá seja realmente uma combinação de dois ou mais textos antigos.
O segundo capitulo consiste em uma discussão geral sobre as letras do alfabeto. È claro que se esta introduzindo seu uso num contexto meditativo. Também neste capitulo se apresentam as cinco famílias fonéticas e aos 231 Portões. Depois não se volta a mencionar nem um desses conteúdos no resto do livro.
Nos capítulos três, quatro e cinco discute-se as três divisões das letras “mães, duplas e elementares”. São relacionadas ao “Universo, alma e o ano”, apresentando um sistema astrológico harmonicamente bem detalhado.
Também o sexto capítulo não guarda uma clara conexão com as partes anteriores do texto, ainda que na versão longa seja apresentado quase como um comentário. Nesse capitulo introduz-se  - pela primeira vez -  os conceitos de “eixo, ciclo e coração”, idéias que não mais serão discutidas em nenhum outro lugar da literaturas hebraica e cabalísticas, com exceção do Bahir. Este parece ser o mais obscuro de todos os capítulos e é difícil de decidir se sua ênfase é teórica ou meditativa.
O capitulo conclui que uma estrofe, que vincula o Sêfer Ietsirá a Abraham. Esta citação serve de fonte para a tradição que afirma que o Patriarca é o autor do livro.

AUTORIA



A mais antiga fonte a que o Sêfer Ietsirá é atribuído  refere-se ao patriarca Abraham. A atribuição a Abraham se apóia na estrofe final do Sêfer Ietsirá:- "Quando Abraham...olhou e investigou... teve êxito na criação..." Essa passagem sugere claramente que Abraham fez efetivamente uso dos métodos propostos no texto. Os mistérios mais importantes do Sêfer Ietsirá são os relativos ao significado interno das letras do alfabeto hebraíco. Aqui também descobrimos que Abraham era um mestre nesses mistérios. Um Midrash nos diz que "as letras não foram dadas a nenhum outro senão Abraham", como veremos no comentário (1:3) a organização dos animais, quando Abraham fez sua aliança com Deus, também parece estar baseada nos mistérios do Sêfer Ietsirá.


Mais argumentos que vinculam o Sêfer Ietsirá a Abraham encontram-se no ensinamento Talmudico de que "Abraham tinha muita astrologia em seu coração, e todos os reis do leste e do oeste se apresentaram a sua porta". O Sêfer Ietsirá é um dos primeiros e mais antigos textos astrológicos e é possivel que incorporasse os ensinamentos astrologicos a Abraham.


O segundo lugar onde aparece o uso do Sêfer Ietsirá é em uma tradição sobre os filhos mais velhos de Jacob, que afirma que eles o usaram para criar animais e donzelas. Quando a escritura diz que "José levou uma má noticia (a respeito de seus irmão) a seu Pai"(Gen 37:2), está se referindo a isso.


Os mistérios do Sêfer Itsirá foram usados novamente após o Êxodo quando os Israelitas estavam construindo o Tabernáculo no deserto. Talmud diz que Betzalel foi escolhido para construir este tabernáculo porque ele "sabia como permutar as letras com as quais o céu e a terra foram criados". Tal conhecimento esotérico era necessário, visto que se pretendia que o Tabernáculo fosse um microcosmo, traçando um paralelo simultâneo com o Universo, o domínio espiritual e o corpo humano.


A primeira versão do Sêfer Ietsirá está também situada nos primeiros anos do Segundo Templo. Esta foi também a época da Grande Assembléia, que pôs por escrito alguns dos últimos livros da Bíblia, como Ezequiel por exemplo, encerrando assim o Cânon Biblico. Grande parte do Serviço de oração regular Hebraico foi também composto por esta Assembléia. Como essas orações, o Sêfer Ietsirá ainda não havia sido escrito, mais apenas ensinado de memória.


PERÍODO TALMUDICO


No período Talmúdico acontece a transição da tradição para a história. Encontra-se no Talmude uma menção real ao Sêfer Ietsirá e, embora não seja absolutamente certo que seja idêntica à nossa versão, tampouco existem veradeiras razões para duvidar que amobs os textos sejam os únicos e os mesmos. Na época Talmudica, o Sêfer Ietsirá começou como um ensinamento oral e, com o tempo foi colocado em forma de livro e usado pelos sábios.


Do Sefer HaTaguin aprendemos que rabi Nechunia aprendeu ao menos alguns dos mistérios de Menachem, que serviu como vice-presidente do San´hedrin (Corte Suprema) sob o mandato de Hilel. Quando Menachem demitiu-se de seu cargo, Shamai foi designado em seu lugar. A maioria das autoridades identificam este indivíduo como Menachem, o Essênio, citado por Josefo. Em certa ocasião, Menachem viu Herodes ainda criança e profetizou que ele chegaria a ser Rei.. Por causa disso, quando Herodes ascendeu ao trono, honrou a Menachem e aos demais Essênios. Devido ao relacionamento com Herodes, Menachem não pôde manter sua posição no San´hedrin.


É possivel que o Rabi Akiva também tenha produzido um texto oral do Sêfer Ietsirá para que seus alunos do conhecimento místico o memorizassem. Além disso, suas notas pessoais podem ter sido guardadas. Neste respeito, o Sêfer Ietsirá não teria sido diferente do resto da tradição oral. Ainda que sua finalidade fosse a de ser transmitida oralmente, não sendo de fato publicada, suas notas pessoais e manuscritos foram guardados. Isto era especialmente verdadeiro para importantes técnicas de ensinamento que não os chefes das academias haviam escrito anotações para preservar exatamente as tradições. Ainda que tais notas nunca fossem publicadas, eram cuidadosamente preservadas nas academias. Os mestres seguintes frequentemente acrescentavam notas marginais aos manuscritos, e tais notas encontram-se, às vezes, inclusive nos rolos Bíblicos que usavam.


O Talmud diz que Rabi Chanina e Rabi Hoshia dedicavam-se ao Séfer Ietsirá toda sexta-feira, antes do Shabat, e criavam para si um novilho, e o comiam. Uma outra  versversão deste mesmo relato diz que se ocupavam de "Hilchot Ietsirá" (Leis da Criação) em vez do Sêfer Ietisrá. O termo Hischot pode, entretanto, aplicar-se tanto as regras filosóficas como legais. 


De fato em alguns manuscritos mais antigos, o Sêfer Ietsirá realmente é intitulado de "Hilchot Ietsirá".


O Talmud relata que Rabi Iossef conhecia os mistérios da Mercabá, enquanto os "Anciões de Pumpedita" eram versados nos mistérios da Criação. Rabi Iossef conseguiu que os anciões lhe ensinassem os mistérios da Criação mas não lhes confiou os mistérios da Mercabá. Isto indica que os mistérios da Mercabá e do Sêfer Ietsirá eram ensinados por escolas diferentes, e que os membros de uma escola não conheciam os ensinamentos da outra. As duas envolviam-se em diferentes disciplinas e tinha-se o cuidade de mantê-las separadas. Isto também responde a pergunta do porquê o Sêfer Ietsirá nunca ser mencionado nos "Hechalot"(Palácios), o clássico da literatura da Mercabá.


O Talmud diz que "Rava criou um homem" e o enviou a Rav Zeira. Quando este viu que o andróide não poderia responder às suas perguntas, ele percebeu que era um Golem e disse: "retorne ao pó". O Bahir assinala que o Golem não podia falar porque Rava não estava completamente livre da corrupção e do pecado, e quanto mais o homem peca, não pode participar dos poderes do Criador. Somente Deus pode fazer um Homem que pode falar. Esta é a primeira menção da criação de um Golem na literatura hebraica, mas vários outros exemplos são relatados na Idade Média.


Durante o período talmúdico houve muitos sábios que se engajaram nesses mistérios. Com o fim desta era, entretanto, uma cortina de silêncio ergueu-se sobre todas as atividades ocultas. Parece que um numero de livros misticos foi escrito durante o período gaônico que se surgiu, mas sua origem esta envolta em mistério. Contudo, o conhecimento dessas práticas existiu claramente até o século X, e Hai Gaon (939-1038) fala de pessoas envolvidas na permutação (Tseruf) mística das letras.


Existem quatro versões importantes do Sêfer Ietsirá, que são:-


1-) A versão Curta
2-) A versão Longa
3-) A versão Saadia
4-) A versão Gra


Como a versão Gra foi considerada a mais autentica pelos cabalistas, esta é a que nós escolhemos para a tradução inicial e comentários. Mais de 80 comentários foram escritos sobre o Sêfer Ietsirá. Alguns, especialmente os mais antigos, foram basicamente filosoficos. 


Com a emergência da cabalá como ensinamento público, um numero de comentários misticos e cabalistas foram também escritos. Quando o Bahir e o Zohar foram publicados, os comentaristas trabalharam para encaixar o Sêfer Ietsirá no sistema de ambos os textos. O mesmo é verdadeiro para os ensinamentos do Ari, qu domina sobre os comentários posteriores. A história dos comentários sobre o Sêfer Ietsirá ensina tanto quanto a história da cabalá em geral.


Aryeh Kaplan 
3 de Kislev de 5737.b

Para Saber mais:-

Encontrei esta versão do Talmud no submarino, reproduzi o comentario para maior compreensão:-


A ÉTICA DO SINAI, ENSINAMENTOS DOS SABIOS DO TALMUD

Descrição


  • Um dos mais importantes livros sobre judaísmo publicados em português em todos os tempos está de volta, já na 3ª edição. Os textos que compõem este livro nasceram das concorridas conferências que o autor fez ao longo de mais de quatro décadas sobre a Ética dos Pais, o mais breve e, possivelmente, um dos mais importantes tratados do Talmud. Segundo profundos conhecedores da literatura rabínica, o Pirkê Avót, como é chamado este tratado em hebraico, contém em si a essência da Torá - seu código ético e moral, brilhantemente aplicado à vida cotidiana através dos ensinamentos de 67 sábios do Talmud (suas biografias encontram-se no final da obra e, certamente, fascinarão o leitor).
    Irving M. Bunim, um dos expoentes do judaísmo ortodoxo norte-americano deste século, dedicado estudioso e orador privilegiado, levou as lições contidas no Pirkê Avót a centenas de milhares de pessoas. Viveu em profunda harmonia com aquilo que transmitia: propagou a Torá aos jovens imigrantes que chegavam aos Estados Unidos já nos anos 20, evitando que sua herança judaica se perdesse em meio à cultura emergente da época, ajudou financeiramente a centenas de famílias e instituições e salvou dezenas de milhares de pessoas da morte ao interceder pessoalmente junto ao governo norte-americano para que as cotas de imigração fossem ampliadas durante a Segunda Guerra Mundial. O tema deste livro e a estatura do autor tornam sua leitura obrigatória a todos aqueles que desejam chegar ao âmago do pensamento judaico.
  • Editora: Sêfer
  • Autor: IRVING M. BUNIM
  • ISBN: 8585583126
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2004
  • Edição: 3
  • Número de páginas: 523
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Grande

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