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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Primeira Carta Tarô O Mago

Desvendar o Tarô seria caminhar nos corredores iniciaticos de nosso Ser, o que nos leva às entre linhas do Sêfer Ietsirá, como complemento de nossos estudos analisaremos a primeira carta do Tarô (O mago), este complemento é parte do livro “Tarô dos Boêmios” de Papus...   




Origem do Simbolismo da Primeira Carta do Tarô

O alef exprime hieroglificamente o homem, como unidade coletiva, princípio-mestre e dominador da Terra. Deste sentido hieroglífico derivam as idéias de unidade e do Princípio que a determina, idéias que dão ao alef seu valor como símbolo do poder e da estabilidade.
O Homem, ou microcosmo, unidade e princípio em todos os mundos, tal é o sentido do hieróglifo primitivo que, como se vê, transmite exatamente as idéias gerais que determinamos. Mas uma consideração atenta da primeira carta do Tarô vai esclarecer-nos ainda mais.

Simbolismo da primeira carta do Tarô:

O Mago - Papus

O Pelotiqueiro, ou o Mago

Se tomardes a primeira carta do Tarô e a observardes mais atentamente, não tardareis a ver que a forma do Pelotiqueiro que ai se encontra representada corresponde, em todos os pontos, à letra alef. Se agora aplicarmos ao estudo desta carta os princípios da determinação do simbolismo segundo o Tratado elementar de ciência oculta, novos ensinamentos ser-nos-ão fornecidos.

O alto da figura é ocupado pelo sinal divino da vida universal, colocado sobre a cabeça do Pelotiqueiro.

A parte de baixo da figura representa a Terra, ornada com seus produtos, símbolo da natureza.

Enfim, o meio é ocupado pelo Homem, colocado atrás de uma mesa, com diversos objetos.

A direita e a esquerda da figura estão ocupadas pelas mãos do Mago, das quais uma esta baixada para a Terra, a outra erguida para o céu.

A posição das mãos representa os dois princípios ativo e passivo do Grande Todo e corresponde às duas colunas Jakin e Bohas do templo de Salomão e da franco-maçonaria. (os martinistas também conhecem as colunas que ornam seus templos).

O homem com uma das mãos, vai procurar Deus no céu, com a outra, mergulha nos ínferos para fazer o demônio subir até ele e reúne, no humano, o divino e o diabólico. Tal é a maneira pela qual o Tarô nos mostra o papel de mediador universal conferido ao Adão-Khadmon.

Se quisermos resumir o sentido do símbolo que determinamos até aqui poderíamos representá-lo assim:-

    Alto                                Divino             Cabeça                    Esquerda
Direita(braço baixado)  Humano        Corpo          (braço levantado)
Necessidade
Liberdade
Mal                            Baixo Natural            Pés                            Bem

Todavia, o simbolismo desta primeira carta não para aqui.

O Pelotiqueiro segura, com efeito, a varinha do Mago na mão, e na frente dele, os quatro grandes símbolos do Tarô.

A Copa, as Espadas, Ouros ou Talismãs, que correspondem exatamente às letras do tetragrama (iod, He, vav, He) como já dissemos:

Paus, ou Iod, símbolo do principio ativo por excelência e de Deus.
Copas, ou Hê, símbolo do principio passivo por excelência ou do Universo.
Espada, Cruz ou Vav, símbolo do princípio equilibrante por excelência, ou do homem.
Ouros, ou segundo Hê, símbolo cíclico da Eternidade, que une os três primeiros princípios em um mesmo Todo.
Do ponto de vista humano, esses símbolos correspondem às quatro grandes castas humanas.
O homem de iod ou os inventores, os produtores.
A aristocracia da inteligência.
Os homens de He, ou os depositários das grandes verdades, descobertas pelos homens de iod: os cientistas, os juízes, os governantes.
Os homens de vav, ou os guardiães e defensores dos precedentes: os militares.
Os homens do segundo He: a multidão onde vai-se recrutar sempre as outras castas: o povo.
Os quatro grandes símbolos são colocados ao acaso sobre a mesa e o homem domina-os e deve ordená-los, e no vigésimo primeiro arcano(O Louco)  veremos estes símbolos ordenados em cruz.
Sabemos, de fato, que a primeira carta do Tarô se completa pela vigésima primeira (21 + 1 = 22) e vemos o porque, se esta primeira carta representa o microcosmo, então a última representa o macrocosmo, e a décima – primeira (A Força), que serve de união universal para todas as complementares do Tarô, representará a corrente Vital refletida, que serve de ligação entre os Mundos.
Mas, não antecipemos e voltemos ao nosso primeiro arcano.
Este símbolo é o primeiro do Tarô inteiro e tem como número característico a unidade.
A unidade-princípio, cuja origem é impenetrável às concepções humanas, fica colocada no começo de todas as coisas. Não podemos captar a origem desta causa primeira que apenas nos contentamos em afirmar, segundo a lei absoluta das analogias, como mostra tão bem Elifas Levi:

“Creio no desconhecido que Deus personifica.
Provado pelo próprio ser e pela imensidade,
Ideal sobre-humano da filosofia,
Perfeita inteligência e suprema bondade.”

Se não podemos acompanhar este desconhecido em seu princípio, ao menos é-nos fácil segui-lo em suas conseqüências, e nosso estudo será tal como o desenvolvimento da unidade-princípio na criação, segundo a cosmogonia da antiga iniciação.
Deus, o Homem e o Universo são, pois, os três sentidos de nossa primeira carta e vamos dizer algumas palavras sobre a aplicação destes dados a todas as outras cartas do Tarô:-

EXTENSÃO DOS TRÊS GRANDES PRINCÍPIOS AO TARÔ

Os três sentidos da primeira carta representam, respectivamente:-

O Criador, ou Iod
O Receptor, ou Hê
O Transformador, ou Vav

Por fim, a transição do segundo Hê, que não vamos considerar.
Mas a primeira carta do Tarô tomada como um todo, representa o Criador, ou Iod, a segunda carta tomada como um todo representará então o Receptor, ou Hê, e a terceira o transformador ou o Vav. Cada uma delas mostrará ademais, os quatro aspectos em Iod-hê-vav-hê, da idéia que ela exprime.
Mas o que é verdade para o ternário é também verdadeiro para o setenário, se bem que o primeiro setenário tomado como um todo representará o Criador.
O segundo setenário representará o Transformador.
Enfim, o ternário de transição representará o retorno dos efeitos às causas e das conseqüências ao princípio.

Resumimos tudo isto dizendo:-

1º setenário: representa Deus
2º setenário:- representa o Homem
3º setenário:- representa o Universo

Ademais, cada um destes elementos está contido nos dois outros, em todos os pontos de sua manifestação.

RESUMO GERAL

Resta-nos resumir todas as acepções da primeira carta num quadro geral. Como cada uma das cartas do Tarô terá o seu resumo, achamos pútil indicar o plano seguido para esta exposição.
No alto do quando se encontram o número e a letra hebraica da carta. Em baixo, o nome vulgar da carta do Tarô.
À direita da tabela estão os significados nos três mundos:- Divino, Humano e Natural.
Abaixo desses três significados, encontramos, para cada uma das cartas, a sua chave absoluta segundo o quadro das revoluções da palavra iod-hê-vav-hê. As letras hebraicas colocadas sobre a linha superior desta chave indicam a origem da carta considerada, as letras hebraicas colocadas acima indicam o sentido exato da carta.
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