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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Musica das Esferas


Dos sons produzidos pelo homem, os mais belos, sem dúvida, vêm da música. Vamos então aprender mais a respeito dela, que é a arte das musas, sob a orientação da mitologia grega.

Musica das Esferas

 Conta-se que Zeus, o deus dos deuses, sentiu a necessidade da existência de seres mediadores que primassem pela inspiração. Então, ao dormir por 9 dias e 9 noites com a deusa Mneumósine (a personificação da memória),foram concebidas 9 musas. São elas: Calíope (deusa chefe das musas_ deusa da poesia épica), Clio (história), Erato(poesia de amor), Euterpe (música e poesia lírica), Melpômene (tragédia), Polímnia (poesia sacra e hinos), Terpsícore (dança), Thalia (comédia) e Urânia (astronomia). A palavra musa vem do grego “mousa” e dela deriva a palavra museu, que significa “templo das musas”.
 Elas viviam no Monte Olimpo com seu líder, o deus Apolo. Permaneciam jovens e belas eternamente, podiam ver o futuro e também tinham o dom de afastar toda tristeza e dor. Tinham vozes agradáveis e melódicas e frequentemente cantavam em coro. Os escritores e artistas gregos pediam inspiração à elas antes de trabalhar, sendo que qualquer uma delas podia ser invocada, apesar de cada uma proteger uma arte ou ciência em especial.
 A música foi o primeiro veículo de transcendência, e também a primeira porta para a ciência, como veremos a seguir:
 Pitágoras, cerca de 520 a.C, usando uma lira, uma espécie de harpa antiga, demonstrou que o tom de uma corda, quando vibrada pressionada na metade de seu comprimento, era uma oitava acima do som da corda solta,numa razão de ½. A mesma corda, tocada em 2/3 de seu comprimento, soava uma quinta mais alto e em ¾ uma quarta a mais.
 Ao descobrir os intervalos musicais Pitágoras visualizou uma correlação mística entre a aritmética, a geometria, a música e a astronomia.Para ele, há uma consonância das notas que os astros produzem em seus movimentos. Todo o cosmos executaria então uma música universal: a Música das Esferas.
 Com isso, Pitágoras construiu uma escala musical baseada em razões simples entre os números inteiros. Como essa escala era de caráter tonal, os pitagóricos associaram o que é harmônico com o que obedece a relações simples entre os números inteiros. Assim, não só a música que ouvimos, mas todas as harmonias e proporções geométricas que existem na natureza podem ser descritas por relações simples entre números inteiros. Afinal, formas podem ser aproximadas por triângulos, quadrados, esferas,etc.,e essas figuras podem ser descritas por números.
 Entretanto, a teoria pitagórica da harmonia das esferas era muito mais profunda do que a mera conjectura sobre a consonância das notas que os astros produzem nos seus movimentos regulares. A música era para os pitagóricos um símbolo da harmonia do cosmos e, ao mesmo tempo, um meio de alcançar o equilíbrio interno do homem. Assim, cabe ao homem assumir-se como uma peça desse cosmos, descobrir o lugar que lhe está designado e manter em si e à sua volta, a harmonia que lhe é devida de acordo com a ordem natural das coisas.
 Concluo dizendo que devemos admirar Pitágoras tanto por suas experiências no campo sensorial mas principalmente por sua perfeita harmonização com as fontes invisíveis, fruto de seu despertar psíquico, que o permitia ouvir a melodia das musas, a respeito da qual disse: “Não há música mais agradável ao homem, porque ela leva à sua alma a mensagem dos deuses.”

Que a Eterna Luz da Sabedoria Cosmica nos Ilumine Sempre!
Ir.: Renato Henrique da Costa S.I.
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