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sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Mistério Do Silêncio – Livro: Einstein – O Enigma Do Universo

Silêncio


Para o homem profano e inexperiente, o silêncio é uma simples ausência de ruídos, sobretudo de ruído físicos.

E como o ego humano vive no ruído e do ruído, o silêncio representa para o homem profano a morte.

O homem comum se afoga, literalmente, no oceano pacífico do silêncio. 

Ouve-se falar muito sobre o que Jesus disse e fez, mas não se fala sobre o que não disse e não fez, por exemplo: sobre os dezoito anos de silêncio em Nazaré e sobre os quarenta dias de silêncio no deserto.



Silêncio da Água

Moisés e Elias passaram também quarenta dias de silêncio na solidão com Deus.

Francisco de Assis passou meses inteiros de silêncio nas alturas do Monte Alverne, depois do que apareceu o Cristo crucificado e lhe imprimiu as suas chagas.

Paulo de Tarso, após a sua conversão em Damasco, retirou-se para os desertos da Arábia, onde permaneceu três anos em silêncio com Deus.

Rabindranath Tagore e Mahatma Gandhi praticavam longos períodos de silêncio.

Um dos maiores tesouros que o Cristianismo oficial perdeu, nestes últimos séculos, foi, sem dúvida, o tesouro do silêncio dinâmico. E talvez seja esta uma das principais razões de sua ineficiência na sociedade humana.

Silêncio é receita – ruído é despesa. E quem tem mais despesas do que receitas abre falência. A razão deste horror ao silêncio é o conceito radialmente falso sobre silêncio. A maioria entende por silêncio não
falar nem ouvir. Outros incluem no silêncio também a ausência de ruído mental e emocional, nada pensar e nada desejar.

Na sociedade encontramos pouquíssimas pessoas que entendem por silêncio uma grandiosa atitude de presença cósmica ou uma fascinante plenitude univérsica.

Só pensam em silêncio como ausência e como vacuidade.

Enquanto o homem viver na falsa concepção, que quase todos nós aprendemos nos colégios e nas igrejas, de que meditação consiste em analisar determinados textos sacros, estão todas as portas fechadas e
nunca aprenderemos a arte divina do silêncio fecundo e enriquecedor.

Meditar não é pensar. Meditar é esvaziar-se totalmente de qualquer conteúdo do ego e colocar-se, plenamente consciente, como canal vazio, diante da plenitude da fonte, ou em linguagem da Sagrada Escritura:
Sê quieto – e saberás que Eu Sou Deus.

Pode-se dizer que a Teoria da Relatividade é uma fuga de todas as coisas relativas e um refúgio para dentro do absoluto.

Quem não vislumbrou, ou pelo menos farejou, o Absoluto, o Uno, em longos e profundos mergulhos de silêncio, não sente a vacuidade dos Relativos e o desejo do Absoluto.

Pela vacuidade do silêncio prolongado, a plenitude da alma flui irresistivelmente para dentro da vacuidade do cosmos humano.

O silêncio é a linguagem do espírito – que é interrompido pelo falar.

Humberto Rohden
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