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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Quarta Oração Saint-Martin


Há sempre a necessidade de oração para nos guiar a via interior, de joelhos em nosso santuário cardíaco peçamos ao Deus de nosso Coração maior compreensão de sua Luz, boa oração...


Orante




Senhor, como ousaria olhar-me um instante sem fremir de horror diante minha miséria? Habito em meio às minhas próprias iniqüidades, que são o fruto dos meus abusos em todos os gêneros e que se tornaram como minha veste: abusei de todas as minhas leis, abusei da minha alma, abusei do meu espírito e abuso diuturnamente de todas as graças que teu amor não cessa de prodigalizar todos os dias sobre tua ingrata e infiel criatura.
E a ti que eu devia tudo oferecer e tudo sacrificar, e nada oferecer ao tempo que está diante de teus olhos como os ídolos, sem vida e sem inteligência e, no entanto, não cesso de tudo oferecer ao tempo e nada a ti; e é por isso que me precipito antecipadamente no horrível abismo da confusão que é consagrada apenas ao culto dos ídolos e onde teu nome não é conhecido.
Fiz como os insensatos e os ignorantes do século, que empregam todos os seus esforços para aniquilar os temíveis mandatos da justiça e fazer de modo a que esta terra de provação por nós habitada, não seja mais aos seus olhos uma terra de angústia, de trabalho e de dor.
Deus de paz, Deus de verdade, se a confissão dos meus erros não for suficiente para que tu m’os perdoes, lembra-te daquele que quis deles encarregar-se e lavá-los no sangue do seu corpo, do seu espírito e do seu amor; ele os dissipa e os apaga, desde que se digne a fazê-los aproximar da sua palavra.
Orante


Como o fogo consome todas as substâncias materiais e impuras - e como esse fogo que é sua imagem - ele volta para ti com sua inalterável pureza, sem conservar nenhuma marca das máculas da terra.
É somente nele e por ele que se pode fazer a obra da minha purificação e do meu renascimento; é somente por ele que tua santa majestade pode contemplar o homem; e é por isto que tu queres operar nossa cura e nossa salvação, pois ao empregar os olhos do seu amor que tudo purifica, tu não vês mais no homem nada de disforme, tu não vês nele nada além daquela centelha divina que se assemelha a ti e que teu santo ardor atrai perpetuamente a si como uma propriedade da tua divina fonte.
Não, Senhor, tu só podes contemplar o que é verdadeiro e puro como tu; o mal é inacessível à tua visão suprema.
Eis porque o homem maldoso é como o ser do qual não mais te lembras e que teus olhos não poderiam fixar, já que ele não tem mais qualquer relação contigo; e eis, no entanto, este abismo de horror onde não tenho medo de fazer minha morada.
Não há outra alternativa para o homem: se ele não é perpetuamente lançado ao abismo da tua misericórdia, é o abismo do pecado e da miséria que o inunda; mas antes não voltou seu coração e seus olhares desse abismo de iniqüidade, que ele encontre esse oceano de misericórdia no qual tu fazes nadar todas as criaturas.
É por isto que me prosternarei diante de ti em minha vergonha e no sentimento do meu opróbrio; o fogo da minha dor calcinará em mim o abismo da minha iniqüidade. 
E então não existirá mais para mim senão o reino eterno da tua misericórdia. Amem.
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